minilondon

Thursday, July 28, 2005

trabalho

não aconteceu nada muito animador pelos lados de cá desde semana passada. a jungle deu outra festa no barco no domingo - dia 24 - mas eu passei a maior parte do dia passeando com a marina. valeu muito à pena ir ao design museum. apesar de não ser tão grande, a gente passou um bocado de tempo lá dentro e também muita vontade.

a semana passou corrida: muito trabalho, mas nada novo. meus pensamentos estão em grande parte no brasil. o casamento dos meus pais - o re-casamento, depois de 25 anos -, a minha sobrinha cada vez mais bonitinha, meus amigos, meus planos e todas as coisas que me deixam cheia de alegria e de felicidade para quando eu voltar.

quarta a outra revista da record chegou. fiquei feliz porque ela não tinha nenhum erro. e meu quarto continua com uma pilha de roupas, eu continuo acordando cedo e indo dormir tarde. mas estou já um pouco nostálgica, porque daqui a pouco tudo acaba de novo e vai ser muito difícil deixar tanta gente legal aqui com os terroristas. :O

Sunday, July 24, 2005

(é quase meia noite do domingo, 24 de julho. estou ouvindo um cd de uma banda norueguesa chamada kings of convenience e o nome da música que está tocando é homesick.)

os acontecimentos dos últimos dias foram notícia também no brasil: o "terrorista" executado sexta feira com cinco tiros na nuca era um brasileiro completamente inocente que, por uma infeliz coincidência, morava no mesmo prédio de um dos suspeitos das bombas nas estações de oval no dia anterior.

o sentimento por parte da comunidade brasileira em londres é de uma espécie de raiva contra o já odiado sistema policial britânico. e alimentada pela sensação de que nada será feito além de um grande pedido de desculpas. afinal de contas o jean - o garoto assassinado-, infelizmente, já está morto e isso é o que realmente importa.

das duas uma: ou a comunidade vai se revoltar de alguma maneira organizada - e não me refiro à pequena passeata que se formou hoje, espantada rapidamente pela chuva - e, óbvio, não chegar a lugar nenhum, conseguindo, no máximo, o que já conseguiu: um pedido de desculpas; ou vai simplesmente ficar quieta e deixar passar, porque não tem muito mais coisas prá se fazer a não ser instruir as pessoas a não saírem correndo quando cinco brutamontes armados vestidos como cidadão comuns saírem correndo atrás de você.

e vamos torcer agora para nenhum outro atentado aparecer por aí. porque hoje eu li no jornal que é tudo culpa dos terroristas. calma lá. o brasileiro foi assassinado porque usava um casacão, mas ele não teve tempo para se explicar: foi pego, imobilizado no chão e executado com cinco tiros. não, não foi culpa dos terroristas. foi culpa deste pânico escondido que todo mundo está sentindo por aqui: seja quando entra em um ônibus e fica olhando para qualquer pessoa "com cara de terrorista", seja quando uma das polícias melhor treinadas do mundo resolvem aderir à máxima do atire-primeiro-pergunte-depois.

ontem minha paz no meu lar foi interrompida pelo telefonema da gianna me pedindo para levar a câmera até ela, para tirarmos foto da casa do brasileiro. fomos lá e só vimos toda a área cercada de policiais. conversando com vizinhos, eles nos disseram que por volta das três da tarde do sábado mais de quarenta policiais cercaram a área e levaram três pessoas presas. e que também tinham ouvido tiros. que havia um morto. que a polícia não deixou ninguém ficar olhando. enfim, ninguém falava nada com nada, mas só deu prá ver facilmente que tem muita coisa que não ficaremos sabendo nunca mesmo. isso é um pouco assustador.

(a banda agora ainda é a mesma, mas é uma música que eu adoro, chamada i'd rather dance with you).

Wednesday, July 20, 2005

minha sobrinha

A Maria Clara nasceu segunda feira, sete e meia da noite no horário do brasil. do lado de cá, eu fazendo contagem regressiva minuto a minuto e comendo todos os meus dedos esperando pela ligação de casa dizendo que estava tudo bem.

Ela nasceu de cesariana porque a Memé tem um problema no rim e não poderia fazer parto normal. E também porque é uma preguiçosinha e estava de cabeça prá cima, sem a mínima vontade de enfrentar o mundo. Tipo eu, alguns dias de manhã.

Umas 8 da noite meu pai me ligou, todo emocionado, dizendo que estava vendo a Clarinha pela incubadora. que ela era linda, quietinha, gorda, fofinha e que a meri estava feliz e tranquila.

incrível como um pedacinho de gente com um oitavo do meu tamanho (e olha que eu nem sou tão alta assim)pode emocionar tanta gente. desde segunda eu já falei em casa milhões de vezes e fico pensando que nada mais é tão importante assim. uma outra luzinha acendeu e esta luz é a Maria Clara. e a Meri deve ser a pessoa mais feliz do mundo.

Vovô Beto e Vovó Lelé babando em cima da menininha

Sunday, July 17, 2005

july party

a festa junina que fizemos em casa este último sábado não foi bem um sucesso de público, mas arrasou na produção. seguem abaixo as fotos do arraiá seven sisters!


amandine presa dentro do puxadinho. e a tutu, xerifa, "prá sair, só se pescar o peixe estrela".

eu e tutu de xerifas, deixando o fernando apodrecer atrás das grades.

rogério, nosso caipira preferido, tentando pescar alguma coisa. detalhe para a linguinha prá fora do minino.

gianna presa também. policial corrupto vai prá cadeia aqui na inglaterra.

fernando se rebelando.

eu, de elegant post office

rogério e sua "prenda", alessandra e tutu

brincadeira da pescaria

eu e o zu vestidos de caipira

brincadeira do rabo do burro - eu já fui boa nisso.

amandine, eu e julie. minhas amigas francesas :)

Thursday, July 14, 2005

silêncio

acabei de voltar dos 2 minutos de silêncio aqui em londres, para as vítimas das explosões. eu não ia - ia ficar aqui em cima com o nick (aquele que trabalha comigo, que faz frases para os alunos e não curte estas coisas) - mas fui ver o que acontecia. sendo franca, foi muito legal: estou em piccadilly circus - um ponto turístico e central da cidade - e tudo tudo tudo parou, parecia uma foto, mas real. ninguém se mexeu, os ônibus pararam, o trânsito parou exatamente onde estava. tirando alguns fotógrafos e algumas pessoas filmando (eu deveria ter feito isso, mas achei desrespeito), todo mundo estava no mesmo lugar, as ruas cheias de gente.

de repente um policial se move e todo o trânsito começa a andar de novo, primeiro um ônibus tímido, depois os carros e todo aquele falatório começa baixinho a aumentar o volume até atingir o buzuzu usual, digno de um centro.

Wednesday, July 13, 2005

fim de semana: lu, piscina, bnegao e gilberto gil

já virou quase uma regra, mas esta sexta feira eu extrapolei: não somente dormi e passei do ponto do ônibus como passei bonito e andei meia hora a mais do que precisava. detalhe: 2 da manhã. depois de voltar chorando prá casa, o sábado bem que podia ter começado melhor, mas não: cheguei cedinho, às 8 na rodoviária, mas só consegui o ônibus das 11.

moral da história: não importa o quanto eu me esforce, eu não dou sorte mesmo com esta caca de transporte público!!!!

enfim. fui para swindon, perto de bristol, a mais ou menos duas horas daqui, visitar a luciana, uma prima que veio prá europa de um jeito muito corajoso, há 3 anos atrás. a sensação de encontrar pessoas da sua família - mesmo quando nunca haviam sido pessoas próximas quando morávamos no brasil é diferente. ou então a lu me fez sentir isso: que dá prá confiar de um jeito diferente, somente por serem pessoas da sua família. não tem cerimônia - ou sou eu que não tenho cerimônia mesmo, nunca - e, grande parte do pouco tempo que fiquei lá, passei deitada no sofá, mole, conversando sobre todas as coisas que a gente passou e tendo uma aula de como ter determinação na vida.

domingo eu, a gi, a tutu e a marina fomos para a casa de um amigo que escreve na jungle e que mora em um barco. eu achei que só dava para morar em barco na noruega, mas aqui no tâmisa também pode, e com muito mais luxo: com direito a usar a piscina do pier e chamar os amigos prá fazer festa. ou seja: passamos o dia na beira da piscina tomando sol, metade da perna dentro d'água, óculos de sol e churrasco, inglês, mas churrasco mesmo assim. uma mordomia que eu não via faz algum tempo...

fui convencida a ir mais tarde ao show do bnegão - e não me arrependi, principalmente porque ele é mesmo um fofo - e depois fui me despedir do anderson, da drica e do alberto, que estão indo viajar pela europa e só voltam quando eu não estiver mais em londres. dei um abração neles e - estou meio sentimental demais ultimamente - chorei um tanto porque é ruim pensar em ir embora e deixar para trás tantas conquistas.

ontem, no meio da tarde lembrei que tinha um show do gil. então vamos para o show do gil, mesmo tendo ido dormir às três e acordado às 7. no final - preciso me gabar disto! - acabamos no camarim e eu dei um abração, pedi autógrafo e tietei o tanto que eu podia. maria backstage, sim, este é meu nome artístico.

hoje é terça feira. são duas da manhã. passei o dia inteiro trabalhando feito louca: este mês tem revista da record e muita coisa na escola de inglês onde trabalho. ficamos aqui em casa organizando a festa junina que vamos dar no sábado: fizemos um monte de bandeirinhas e cartões de correio elegante - ou elegant post office, na tradução tosca para o inglês - dando risada a cada invenção. a frase: "double deck: i'm not afraid", piadinha infame sofreu críticas, mas passou. posso dizer que no quesito redação de cartões de correio elegante a gente extrapolou.

e agora vou dormir porque assim também ninguém aguenta.













Friday, July 08, 2005

7.7

como vocês podem perceber, com a gente está tudo bem. uma vantagem existe em viver a vida de imigrante: a gente não vive o horário dos ingleses.

tivemos um dia de férias forçadas e ficamos em casa. eu estava indo pro trabalho de ônibus quando ele foi parado por alguns policiais. até pensei "ufa, ainda bem que meu passe de ônibus está válido", porque policiais normalmente entram no ônibus para checar e esculachar quem tenta dar gorpinho. mas eles só mandaram todo mundo descer e lá embaixo ficamos sabendo das explosões.

a gianna foi me buscar de maripôssa e passamos o dia inteiro recebendo e mandando mensagens de celular, avisando todo mundo que estava todo mundo bem. eu me abstive de discutir o assunto: não tenho teoria se foi o al quaeda ou o tony blair quem explodiu as tais bombas.

fiquei lá com meu lôrão, trabalhando no meu portfolio. e, mais à noite, eu e a gi fizemos um bolo de cenoura que ficou muito bom.

hoje de manhã viemos para o trabalho de ônibus, mas mudamos do andar de cima para o andar de baixo, já que tinha um menino com uma mala "suspeita" e com um sorriso irônico no banco à frente.

Saturday, July 02, 2005

criquet + segurança

o George é um dos caras do marketing da Youngs, uma cervejaria grande aqui da Inglaterra. uma das cervejas que ele toma conta é a Palma Louca, na verdade a Kaiser engarrafada para ser vendida fora do Brasil. E a agência responsável pela Palma Louca é a JungleDrums.

Enfim. O George - que é um querido - convidou a gente para ir ver um jogo de criquet. E a gente foi. Surrey (o time para o qual deveríamos torcer) x Kent, o amarelinho. Criquet é igualzinho a jogo de beth, então não foi tão difícil entender as regras. Depois de alguns minutos e algumas pimms (uma bebida que é gim + pepino (!) + laranja + maçã) a gente já estava até torcendo, empolgadíssimos, quando os caras mandavam a bolinha lá prá longe.

Numa dessas "mandadas" de bola lá para longe, um dos torcedores que tinha pegado a bola no ar (condição que quando executada por um jogador de criquet, tira a dupla da jogada, mas que quando executada por um mero espectador não muda muito o placar do jogo mas empolga a multidão), simplesmente pulou a grade e se jogou no meio do campo. Foi expulso do jogo pelos seguranças sob aplausos. Apenas uma prévia do que estava por vir na noite.

Saímos, fomos jantar num pub e o George convenceu-nos a ir no Guanabara. (eu não aguento mais o guanabara). Mas até que foi engraçado quando todo mundo estava no palco, os seguranças (eles de novo) nos mandaram descer e eu e a tutu fomos nos esconder atrás da cortina. Quando saímos, tomamos uma bronca dos seguranças (mais uma vez) e a tutu, ao invés de fazer como eu e ir sentar quietinha, foi dançar atrás dos caras. Pronto. O segurança (aê!) pegou ela pela cintura e levou ela prá fora, desta vez sem aplausos da torcida.

Confusão, confusão, até que mandaram ela embora. E eu, cansada de tanta coisa acontecendo em uma noite só, de tanta gente brava, fui embora, até que enfim, dormindo no ônibus.


criquet e chuva não combinam (como faz então??)


jogador de beth


torcedores de um jogo de criquet


gi, george e tutu


george, tutu e eu


gi e rogério


george e tutu


pimms! várias!


tutu e gi


george e tutu, preocupada com o score do surrey