despedidas

pronto. amanhã acaba. amanhã eu vou prá índia e depois só volto pra inglaterra para mais um dia. depois, frança. espanha. talvez alemanha. e logo mais estou de volta no brasil. caramba, passou muito mais rápido do que eu pensei...

ontem fui me despedir dos pais da aimi. encontrei com eles em oxford circus e fomos andando até o hyde park, palácio de buckingham, big ben, london eye. um itinerário que eu sei que acaba sendo o último que eu vou fazer com tanta calma e displicência aqui. almoçamos em covent garden - e foi ótimo no final, eu que tinha pegado a maior zica de uma parte da cidade que é uma gracinha, na realidade. triste mesmo foi na hora de dizer tchau. mas tudo bem. tem coisas muito importantes que a gente carrega sempre, não importa prá onde vai. (hm que profundo!)

sexta foi minha despedida com todo mundo. fomos em um pub + uma boate na região de shoreditch. três da manhã, eu e telma olhando uma prá cara da outra: "vamos embora?". não tem jeito. fico com sono, não importa quantos B52s me paguem como um presente/souvenir. minha balada tem prazo de validade. e é um produto perecível.

também ganhei uma festa na malvernhouse, com direito a cartão e tudo. uma gracinha. e uma lista de lugares prá visitar, pessoas com quem eu posso contar e algumas dicas do naresh - o chefe, que é de família indiana. não, não entre no ganges, como me recomendou um indiano dum mercadinho aqui do lado. sim, tome vacina contra hepatite A, tome remédios contra malária. visite o taj mahal. vá até udaipur. pushkar. jasailmer. ande de elefante. E-LE-FAN-TE! e camelo também, mas não se preocupe tanto com o camelo. tem dromedário no brasil. mas elefante... ah. não quero nem pensar. :)

é meio esquisito, mas é bom. é bom chegar ao final de um período estabelecido, tendo adquirido algumas coisas boas e especiais, algumas pessoas importantes, alguns encontros. fico pensando em como a vida consegue ser irônica às vezes. como aqui me aproximei tanto de quem sempre esteve por perto no brasil. como a marina. como a giu. como a lu, minha prima. como passeios de sábado à tarde e uma viagem que foi uma das mais legais da minha vidinha ainda me provocam um sentimento esquisito. como aprendi a admirar a força da gianna. a calma da soraia.

é também alívio voltar. viver aqui desta maneira, com esta disposição, apesar de estimular um pouco mais a "garra" de cada um, também torna as pessoas um pouco duras demais. e faz a gente escrever errado. já escrevi um dia "lucho" e "magestade". mas eu juro que aprendo de novo. não posso voltar muda, sem ter aprendido inglês e esquecido o português.

pensar em encontrar minha família, meus amigos, minhas pessoas importantes. pensar nos momentos que vamos voltar a passsar juntos. porque nada muda neste tempo fora. ninguém se torna mais ou menos importante apenas por conta da distância. os momentos voltam a ser os mesmos. viajar prá longe não é melhor ou pior. é só diferente. é divertido, excitante, curioso. mas a alegria e a tristeza emergem dos mesmo fatores que emergeriam se eu estivesse no meu apartamento em são paulo. como não adianta estar na praia mais linda do mundo se sua cabeça está pensando em alguma outra coisa. nem estar em praga se você está se sentindo só. mas um sorvete é a melhor coisa do mundo em qualquer lugar e ganha uma calda especial se você estiver vendo algum pôr do sol em algum lugar novo.

enfim. estou meio sentimental demais estes últimos dias. chorando por qualquer coisa. foi muito bom e especial. e eu estou contente hoje.
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