24 | 04 - 03|05 canseira days

não tenho muito o que falar destes últimos dias, a não ser que eles têm sido uma imensa correria.

domingo - aquele último em que escrevi da revista aqui no blog - fiquei aqui até não aguentar mais. quatro da manhã estava literalmente dormindo em cima do teclado e resolvi ir embora prá casa. a semana foi cheia de trabalhos e meu final de semana 31|04 - 02|05 (segunda foi feriado aqui na inglaterra) foi todo na l´occitane.

agora a minha chefa (da l´occitane) resolveu pegar no meu pé. resolveu brigar comigo porque cheguei 15 minutos atrasada (sem reparar que eu cheguei 20 minutos adiantada na segunda feira), porque minha saia é muito comprida ou muito curta, ou porque uso botas, ou porque estou usando o tester do produto, ou porque qualquer outra coisa que ela resolva. digamos que estar num emprego onde o máximo - e a única coisa - que esperam de vc é que vc seja um robôzinho não está sendo a experiência mais agradável prá mim, prá dizer a verdade. mas tudo bem. prá mim, que estava esperando receber umas 190 libras, receber 290 não sei da onde, está sendo muito bom no aspecto financeiro.

na escola de inglês - meu emprego número dois - acabei fechando um bom contrato. ganho um salário digno (ahahaha) e só preciso ficar por lá umas duas horas todos os dias. além disso eles ficam em piccadilly circus (um bom ponto turístico e cheio de gracinhas londrinas) e eu sempre vou embora andando por um caminho diferente, reparando cada dia em alguma outra coisa. qualquer pessoa que passasse pela leicester square uma vez só não iria reparar, além de todos os teatros/cinemas/casas de shows que caracterizam o lugar, numa vitrine que tem um regador em formato de plantinha que balança de um lado pro outro. nem em todas as roupas lindas que estão em promoção na h&m (a c&a inglesa) por metade do preço perto da piazza de covent garden. mas, enfim, a escola de inglês está sendo um bom trabalho. fora que o pessoal de lá é super tranquilo e já se dispôs a me ajudar a conseguir o visto por mais um ano, uma coisa na qual preciso começar a pensar desde agora.

e na jungleDrums (emprego número 3) está tudo indo bem. a tutu foi embora sexta feira e eu que fui levá-la ao aeroporto, de maripôssa blanca. foi uma loucura pegar toda a northCircular (equivalente a 23 de maio) numa sexta feira de feriado prolongado, tendo que passar a marcha com a mão esquerda. mas no final deu tudo certo, eu dirigi numa grande avenidona e estou me sentindo um pouco mais segura prá pegar o carro. até baliza eu fiz no domingo, quando fomos numa festa no squat de uns amigos nossos.

hoje é terça feira e a revista chegou, junto com a diplo magazine, dos nossos amigos aqui do lado. eles vieram visitar, elogiaram a revista que eu estou fazendo - uma outra, que ainda não posso falar, por motivos confidenciais - e fui tomar uma cerveja com o charlie e com o alex, os meninos da diplo. os dois ficaram assutados com o fato de eu ter ido morar sozinha aos 17 anos e mais assustados com o fato de eu ter largado tudo o que tinha no brasil (eu realmente deixei muitas coisas importantes, grande e importante parte da minha vida no brasil) prá ter vindo prá cá. "we can sense so much energy in you, renata", eles me disseram. engraçado. acho que as pessoas falam isso só porque não me viram um sábado à noite depois de chegar da l´occitane, ahahahaha. mas creio que é porque antes disso tivemos que descarregar a revista no esquema corrente (um passa a revista pro outro que passa pro outro e pro outro) e prá mim é sempre uma grande diversão ter que parar prá estes trabalhos no meio do "expediente", que eu estou sempre dando risada e pulando de um lado pro outro. eu e minha ansiedade pulando de um lado pro outro.

esqueci de dizer que a tutu foi pro brasil e colocou uma japa no quarto prá dividir o quarto comigo. é meio complicado porque a menina é a mais japa do mundo: ela só ri e concorda com tudo o que eu falo (não sei se porque ela não entende o que eu falo ou se porque fica um pouco assutada com o tanto que eu falo) e hoje de manhã quando ela estava acordando eu olhei pro lado e ela estava de ponta cabeça na cama. sei lá se estava fazendo yoga ou o quê, mas que eu achei bem japonês, eu achei.

mas a francesa que mora com a gente foi pro brasil também (todo mundo indo pro brasil!), então eu vou ficar no quarto dela. um quarto que é um sótão na verdade, com direito a uma clarabóia grandona que dá prá ver o sol de manhã.

e preciso parar prá voltar ao trabalho. é meia noite e vinte agora, eu tomei duas cervejas com os meninos da diplo e preciso voltar a trabalhar. é que a cada dia que passa fico cada vez mais com saudades e sentir que estou dando notícias funciona um pouco como remédio prá isso.